sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Do BI aos CPL: o momento decisivo para repensarmos o modelo de expansão que queremos.



Chegamos no momento em que os estudantes que ingressaram na UFBA a partir dos BI’s esperam, de forma justa, ter acesso a outras modalidades da graduação, como o CPL. (Curso de Progressão Linear). Durante todo o ano uma série de discussões sobre como se fará essa transição polarizaram os conselhos e dividiram opiniões na universidade. O último episódio foi a recente votação no CAI (Conselho Acadêmico de Ensino), sobre o número de opções de curso para o ingresso no CPL.
Um rápido olhar para a situação colocada hoje pode dar a impressão de que existe um enfrentamento entre os estudantes dos BI’s e outros institutos e faculdades, que resistem em abrir de forma ampla suas vagas preocupadas com as conseqüências disso. Na verdade, tal polarização não corresponde às verdadeiras faces de um problema que é mais complexo, esconde as suas verdadeiras causas.
Há quatro anos amplos setores do Movimento Estudantil, assim como dos outros segmentos da universidade, se levantaram contra a forma com a qual o governo, e seus apoiadores (como a reitoria) impuseram, através de um decreto, esse modelo de expansão e reestruturação das universidades, se utilizando inclusive de chantagens para ganhar apoio, como a destinação das verbas. Exigíamos o debate, a participação na elaboração do processo, e isso foi negado.

A expansão da universidade pública é uma luta histórica. Mas o governo utilizou esta bandeira para justificar um modelo de expansão oposto pelo vértice ao que exigíamos. A característica central das reformas educacionais, no qual o REUNI e a UNIVERSIDADE NOVA se inserem, foi A FALTA DE UM COMPROMISSO COM UM AUMENTO SIGNIFICATIVO DAS VERBAS.

Por um lado não podemos deixar de ocupar os espaços de decisão da universidade, que mesmo extremamente limitados, a reduzida participação que temos foi conquistada com muita luta, e temos que lutar nestes espaços para que os estudantes dos BI’s tenham direito de continuar sua formação com o mínimo de barreiras possíveis. Por outro lado temos que entender que essa luta abrange uma arena muito mais ampla que apenas os conselhos da universidade.

Todos estes problemas são apenas uma expressão de um processo amplo, de uma expansão irresponsável, imposta sem a possibilidade de participação dos diversos segmentos da universidade no seu processo de construção, que não preparou devidamente as condições para que aqueles estudantes que entrassem pudessem, de forma tranqüila, ter um ensino de qualidade e se formarem naquelas áreas que de fato desejassem.

Agora, às vésperas de se encerrar a primeira turma do BI, os seus rumos ainda são incertos. Nossa chapa entende que o DCE tem que exigir que os estudantes dos BI’s possam ter as portas abertas na UFBA para continuar seus estudos; que se facilite a entrada destes estudantes nos diversos cursos, mas também que se garanta o máximo de aproveitamento dos anos que cursaram o bacharelado interdisciplinar, porque isso representa tempo, esforços, custos, sacrifícios...

Mas entendemos também que esta luta tem que estar ligada à uma defesa da própria qualidade do ensino na nossa universidade. Por isso temos que lutar também para ter mais verbas na universidade, para que os cursos estejam preparados para receber os estudantes dos BI’s, que isso não implique em problemas, como aumento da concorrência ou redução das vagas oferecidas pelas cotas. Que a universidade possa garantir, de forma responsável, um ensino com qualidade para que todos aqueles que entram com a ampliação das vagas. Para que os diversos segmentos da universidade possam de fato participar da construção de um processo de reestruturação que garanta uma expansão com qualidade, e não apenas resultados estatísticos e garantias para os interesses do mercado.
Queremos uma expansão de qualidade, e queremos já, porque NÃO TEMOS TEMPO A PERDER!

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